Império Otomano
Para entender melhor vamos fazer uma viagem para o ano de 1299, data em que começa a se estabelecer o Império Otomano.
As regiões atuais da Palestina e Israel faziam parte desse poderoso domínio que até foi se expandindo até a Europa Oriental e teve seu auge em 1683, como podemos ver no mapa abaixo:
Tendo o domínio da região, o Império Otomano garantia o monopólio das rotas comerciais, mas a partir de 1683, os líderes da Europa Ocidental iniciaram a contornar as rotas, estabelecendo direções de navegações para o comércio com Ásia.
De 1683 até 1822, houve diversas revoluções internas e com isso o império ficou enfraquecido e foi perdendo imensos territórios.
Já com a extensão territorial do império reduzida, os otomanos se uniram com britânicos, franceses, e outros contra a Rússia, na Guerra da Criméia.
Para lembrar, a região da atual Palestina e do que seria Israel ainda estava na lista dos territórios do império, que secretamente assinou com a Alemanha um acordo contra a Rússia alguns anos antes de iniciar a primeira guerra mundial, em 1914.
O império entrou na guerra após oferecer porto seguro para dois navios alemães que fugiam da Inglaterra, e em seguida se aproveitaram da aparente neutralidade Otomana para atacar a Rússia que fazia parte da Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia).
Veja como era a configuração do Império Otomano em 1914
Apenas a região vermelha escura era o real território Otomano, já que o Egito e o Sudão foram tomados pela Inglaterra no início da primeira guerra mundial em represália ao apoio dado aos alemães.
Em 1916, a revolta árabe no restante do território, na região rosa na parte do sul do império iria inflamar.
Resultado, os Otomanos se viram obrigados a assinarem o tratado Armistício de Mudros em 30 de outubro de 1918, colocando o fim na guerra contra os aliados na região do Oriente Médio, onde na época só restava os territórios do norte do Iraque e da Síria, algumas cidades do que hoje é a Árabia Saudita e uma pequena região do Iêmen.
Toda essa área foi entregue ao controle britânico, em 23 de janeiro de 1919, já após o fim da primeira guerra mundial.
Independência Turca
Pronto!!! Chegamos onde queríamos, em 10 de outubro de 1920 foi assinado o tratado de Sevres, onde o império foi partilhado entre a Inglaterra e França, e uma grande parte cedida para a Grécia.
No centro político do império, região da península da Anatólia, os turcos não cederam facilmente e iniciaram uma série de confrontos contra Armênia, Grécia, França pela independência Turca.
Vários confrontos sangrentos, até que a Turquia foi tomando os territórios e resolveram abolir o califado religioso , expulsaram o sultão e criaram um Estado com sinal de laicidade.
Mustafa Kemal Atatürk – Kemalismo
Em 1923 de novembro, a Turquia é declarada oficialmente independente e seu primeiro presidente Mustafa Kemal acaba com o domínio islâmico do sistema de educação.
Mustafá Kemal inicia então um Estado-nação moderno com base na ideologia kemalista, idealizada por ele mesmo, com base no princípio político e ideológico.
A Turquia se torna um país democrático e secular, guiado pelos progressos educacional e científico, fundamentado sobre os princípios do positivismo, racionalismo e do Iluminismo.
Mustafá Kemal convidou o filósofo e pedagogo americano John Dewey a visitar a Turquia para aconselhar nessas reformas.
Em 1928 foi adotado o alfabeto turco, de grafia latina, em substituição dos alfabetos árabe e persa, com a justificação que nenhum deles era adequado à fonética do turco e que, por ser mais fácil de ensinar, seria um fator decisivo para atingir um dos objetivos das reformas: a alfabetização de toda a população.
Liberdadade
As mulheres conquistaram os mesmos direitos legais que os homens, inclusivamente de voto, em uma época em que muitos países europeus nem sonhava com tal feito, o resultado ainda foi mais positivo em 1935, onde em uma eleição para o parlamento, 18 mulheres foram eleitas para o cargo de deputada.
Mustafá Kemal deixou uma frase célebre que ficou para a história do povo turco, mas um exemplo para toda humanidade: “Paz em Casa, Paz no Mundo”