O subsecretário-geral da ONU para assuntos políticos, B. Lynn Pascoe, disse nesta terça-feira que mais de 7,5 mil pessoas morreram vítimas da violência na Síria.
O subsecretário-geral disse ao Conselho de Segurança que tanto o governo sírio quanto a comunidade internacional falharam em intervir e parar os 11 meses de carnificina que começou com a repressão decorrente de protestos civis contrários ao presidente sírio, Bashar Al-Assad.
Foto: AP
Sírios carregam corpo de Mohamed al-Mnavi, suspeito de ter morrido pela ação de forças de segurança sírias em Damasco, no sábado
Pascoe disse também não poder dar o exato número de mortos, mas ressaltou que há relatos confiáveis de que mais de 100 civis morram por dia em meio aos conflitos no país árabe.
Em dezembro, a alta comissária de direitos humanos da ONU, Navy Pillay, disse que o regime de Assad mantinha cerca de 14 mil opositores presos. Além disso, ela destacou que mais de 12 mil pessoas já haviam fugido para países vizinhos à Síria. Na época, Pillay disse que o número de mortos na Síria era de mais de 5 mil.
Jornalistas
Nesta terça-feira, o jornalista britânico Paul Conroy, ferido durante um ataque na cidade Homs na semana passada, conseguiu deixar a Síria. De acordo com os Comitês Locais de Coordenação, grupo que reúne ativistas da Síria, desertores do Exército ajudaram o repórter fotográfico britânico a deixar Homs. O jornalista de 47 anos, que trabalha para o jornal britânico Sunday Times, disse em um vídeo que tinha três ferimentos grandes em uma das pernas.
Ativistas disseram que a violência continua em várias partes da Síria nesta terça-feira. Forças de segurança bombardearam áreas controladas pela oposição em Hama e Homs, deixando dezenas de vítimas.
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Uma divisão blindada de elite, comandada por Maher al-Assad, irmão do presidente Bashar al-Assad, teria chegado a Homs durante a noite. Tanques com as palavras "Quarta Divisão Monstros" se aproximaram do bairro de Baba Amro e fizeram a ação mais violenta desde que a operação começou.
Ainda nesta terça-feira, Pillay pediu um cessar-fogo humanitário imediato. Ela disse ter recebido relatos de que as forças de segurança fazem detenções arbitrárias e deixam civis sem comida, água e remédios.
De acordo com a alta comissária, a situação se deteriora rapidamente no país e a comunidade internacional deve impedir as “incontáveis atrocidades” das forças de segurança sírias. “Precisamos de um cessar-fogo humanitário imediato que acabe com todos os confrontos e bombardeios”, afirmou, durante a reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra.
O representante sírio no Conselho, Faysal Khabbaz Hamoui, deixou a sessão após acusar os países-membros de “incitar o sectarismo e oferecer armas à oposição”. Os membros do Conselho devem aprovar nesta terça-feira uma resolução condenando a “ampla e sistemática violação dos direitos humanos e das liberdades fundamentais pelas autoridades sírias”.
*Com AP
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