terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Violência na Síria deixou mais de 7,5 mil mortos, diz ONU Segundo subsecretário para assuntos políticos, Lynn Pascoe, mais de 100 civis morrem por dia vítimas do conflito

O subsecretário-geral da ONU para assuntos políticos, B. Lynn Pascoe, disse nesta terça-feira que mais de 7,5 mil pessoas morreram vítimas da violência na Síria.
O subsecretário-geral disse ao Conselho de Segurança que tanto o governo sírio quanto a comunidade internacional falharam em intervir e parar os 11 meses de carnificina que começou com a repressão decorrente de protestos civis contrários ao presidente sírio, Bashar Al-Assad.

Foto: AP
Sírios carregam corpo de Mohamed al-Mnavi, suspeito de ter morrido pela ação de forças de segurança sírias em Damasco, no sábado
Pascoe disse também não poder dar o exato número de mortos, mas ressaltou que há relatos confiáveis de que mais de 100 civis morram por dia em meio aos conflitos no país árabe.
Em dezembro, a alta comissária de direitos humanos da ONU, Navy Pillay, disse que o regime de Assad mantinha cerca de 14 mil opositores presos. Além disso, ela destacou que mais de 12 mil pessoas já haviam fugido para países vizinhos à Síria. Na época, Pillay disse que o número de mortos na Síria era de mais de 5 mil.
Jornalistas
Nesta terça-feira, o jornalista britânico Paul Conroy, ferido durante um ataque na cidade Homs na semana passada, conseguiu deixar a Síria. De acordo com os Comitês Locais de Coordenação, grupo que reúne ativistas da Síria, desertores do Exército ajudaram o repórter fotográfico britânico a deixar Homs. O jornalista de 47 anos, que trabalha para o jornal britânico Sunday Times, disse em um vídeo que tinha três ferimentos grandes em uma das pernas.
Ativistas disseram que a violência continua em várias partes da Síria nesta terça-feira. Forças de segurança bombardearam áreas controladas pela oposição em Hama e Homs, deixando dezenas de vítimas.
Uma divisão blindada de elite, comandada por Maher al-Assad, irmão do presidente Bashar al-Assad, teria chegado a Homs durante a noite. Tanques com as palavras "Quarta Divisão Monstros" se aproximaram do bairro de Baba Amro e fizeram a ação mais violenta desde que a operação começou.
Ainda nesta terça-feira, Pillay pediu um cessar-fogo humanitário imediato. Ela disse ter recebido relatos de que as forças de segurança fazem detenções arbitrárias e deixam civis sem comida, água e remédios.
De acordo com a alta comissária, a situação se deteriora rapidamente no país e a comunidade internacional deve impedir as “incontáveis atrocidades” das forças de segurança sírias. “Precisamos de um cessar-fogo humanitário imediato que acabe com todos os confrontos e bombardeios”, afirmou, durante a reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra.
O representante sírio no Conselho, Faysal Khabbaz Hamoui, deixou a sessão após acusar os países-membros de “incitar o sectarismo e oferecer armas à oposição”. Os membros do Conselho devem aprovar nesta terça-feira uma resolução condenando a “ampla e sistemática violação dos direitos humanos e das liberdades fundamentais pelas autoridades sírias”.
*Com AP


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