O deputado federal e ativista gay Jean Wyllys afirmou, durante um fórum em comemoração aos 30 anos do Programa Estadual de DST/AIDS do estado de São Paulo, que os cristãos não podem se deixar representar por líderes como os pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano.
O debate envolvia as ações governamentais a respeito da prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, e contou com a presença da socióloga e representante do movimento Católicas Pelo Direito de Decidir, Maria José Rosado Nunes, de acordo com informações da Agência de Notícias da AIDS.
“O papel de mudar esse painel é dos verdadeiros cristãos, porque se deixar representar por pessoas como Marco Feliciano, Silas Malafaia e João Campos é dizer que concorda com essa atitude”, afirmou Jean Wyllys, mencionando o deputado federal autor do projeto apelidado pela mídia de “cura gay”.
A conversa girava em torno da questão que muitas formas de prevenção às DSTs se dá de maneiras reprovadas pelas religiões, e Wyllys classificou o assunto como “gás político” para os ativistas gays reverterem a influência dos religiosos na situação, o que ele considera “inadmissível”.
Já a socióloga Maria José ressaltou que “é impossível falar de AIDS sem falar de sexo, e sexo é sempre uma preocupação muito grande das religiões. E geralmente ele é tratado associado à repressão”.
Até o papa Francisco foi mencionado por Maria José no debate: “Ele já declarou que não pode condenar o homossexual, mas não é o suficiente. O discurso tem que sair do campo da aceitação, da compaixão, para partir para o direito e de se reconhecer o direito das pessoas”, criticou, mencionando que quando o cardeal Jorge Mario Bergoglio era arcebispo na Argentina, atuou ativamente contra o casamento homossexual.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
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