A construção de uma estátua de São Jorge no novo estádio do Corinthians tem sido motivo de polêmica por ser uma referência para católicos e por poder afastar os torcedores evangélicos. Tanto que o escultor Gilmar Pinna, responsável pela estátua, preferiu nomear a estátua de “Cavaleiro Fiel” e não admite mais comparações com São Jorge.
Itaquera onde o estádio está sendo construído, na Zona Leste de São Paulo, abriga incontáveis igrejas evangélicas, e muitos membros dessas igrejas tentam aceitar a construção da imagem, condenada pela fé evangélica, levando em conta a importância de se respeitar a liberdade de crença e opinião.
Corintiano, o pastor Marcelo, da Igreja Batista Central em Itaquera, afirmou ao Terra Esportes que ficou empolgado com a construção do estádio, mas que não sabia que iria avistar uma enorme imagem “parecida” com São Jorge sempre ao abrir uma janela ou caminhar pelas ruas da Zona Leste.
Mesmo admitindo não se sentir confortável com a construção da estátua, o pastor explicou, com bom humor, a origem bíblica do nome do time: “Quando falo para os membros na nossa igreja que o Corinthians está na Bíblia, tenho que provar. Corinthians vem da cidade de Corinto, na Grécia, para onde o apóstolo Paulo endereçou duas cartas à igreja local. Os habitantes de lá se chamavam coríntios. Por isso, existiu aquele time inglês, que veio excursionar no Brasil em 1910 e inspirou a criação do nosso Corinthians. Era como se fosse o Barcelona da época”.
Porém o pastor completou explicando o porquê discorda da construção da estátua: “Teologicamente, vemos uma obra dessas como uma idolatria. E, seguindo a Bíblia, abominamos a idolatria. Devemos adorar só Deus. Mas não tem problema. O Deus que a gente segue é bem maior do que essa estátua”.
Outro a opinar sobre o assunto foi o presbítero Sulivan da Silva, do Campo Eclesiástico de Artur Alvim, que afirmou: “Se o Sport Club Corinthians Paulista quer construir uma estátua de 30 metros de seu ‘padroeiro’ São Jorge no estádio de Itaquera, essa decisão compete à diretoria e a seus associados. Vivemos em um País com liberdade religiosa e prezamos por esse direito, ainda que discordemos de certas práticas e venerações que não têm a aprovação de Deus. Nosso pastor José da Silva Netto, presidente do Campo Eclesiástico de Artur Alvim, também considera que essa seja uma responsabilidade do clube e de sua direção, enquanto a Igreja tem por prerrogativa pregar o amor de Cristo e conduzir as pessoas à salvação”.
O presbítero Sulivan, acredita que há uma maneira de se fazer ouvir mesmo diante de um São Jorge gigante. “Cremos que os jogadores que professam a fé cristã têm consciência de tudo o que desagrada ao senhor Deus e devam fazer a diferença, a exemplo de Daniel, quando escravo na Babilônia”, explicou.
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