terça-feira, 8 de maio de 2012

Em crítica à AVON, site gay compara venda de livros do pastor Silas Malafaia a apologia ao nazismo


O site pró-LGBT Eleições Hoje publicou recentemente um artigo criticando a AVON por incluir em seu catálogo livros da editora Central Gospel, mantida pela Associação Vitória em Cristo, fundada pelo pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
Em crítica à AVON, site gay compara venda de livros do pastor Silas Malafaia a apologia ao nazismoAcusando a empresa de cosméticos de conservadorismo, o artigo escrito por Marcelo Gerald questiona quais são as reais motivações da empresa ao vender livros de Malafaia e compara tal venda a uma livraria que apoiaria o regime nazista por vender o livro de Adolf Hitler, Mein Kampf (Minha Luta). O texto ressalta também o abaixo-assinado criado em boicote à empresa e acusa líderes cristãos brasileiros de autoritarismo.
O texto causou diversas reações e manifestações de apoio e de repúdio, entre elas a do blogueiro Fabiano Camilo, do Amálgama. Em seu texto o blogueiro afirma que o movimento LGBT no Brasil está sem foco, e por não estar conseguindo articular uma agenda, assumem uma postura demasiado reativa e pouco propositiva.
Questionando a relevância do boicote, Camilo indagou: “Por que um boicote à AVON começou somente após a empresa passar a vender livros de Malafaia? Há muito tempo, a AVON vende obras de padres católicos. A Igreja Católica à qual os padres pertencem e representam não é menos homofóbica do que a Assembleia de Deus Vitória em Cristo – no máximo, adota uma postura menos agressiva. O papa Bento 16 não demonstra nenhuma simpatia pelas reivindicações dos movimentos glbt’s e reiteradamente condena o ‘estilo de vida’ de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais”.
O blogueiro disse ainda que tal venda tem motivos meramente comerciais, e não filosófica ou religiosa: “Como entender a decisão da AVON de vender livros de Silas Malafaia? É uma grande empresa que tem o lucro como objetivo e que, de fato, obtém um alto lucro vendendo obras de religião, autoajuda, ficção trivial, culinária etc. Não há nenhuma guinada conservadora, como Gerald sugere, ao perguntar se a nova tendência da AVON é o conservadorismo”.
“A relação de livros vendidos pela empresa não permite dúvidas: a opção da AVON pela ideologia conservadora é antiga e rentável”, afirmou Camilo que disse ainda que o boicote é inútil e que o movimento GLBT está, de maneira contraditória, se envolvendo em falsos combates.
Em certo trecho do texto contra a Avon, Gerald questiona: “vamos imaginar que uma grande livraria colocasse como destaque em suas vitrines o livro de Adolf Hitler, Mein Kampf como grande sugestão de leitura. Alguém diria que isso é liberdade de expressão?”
Em resposta à colocação do ativista gay, Camilo afirma: “Lembro-me de que, no final da adolescência, várias vezes vi Minha luta à venda, com destaque, em uma livraria de shopping center. Nunca me ocorreu, como hoje tampouco me ocorre, que o proprietário ou o gerente fossem nazistas”. O blogueiro fala ainda da republicação de obras da época da inquisição e critica Gerald por ignorar a importância histórica de se republicar livros como o de Hitler.

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